terça-feira, 28 de novembro de 2017

Como me construo professora

Neste texto continuo o diálogo comigo mesma. Desta vez a presente temática me remete a fazer uma reflexão acerca dos dilemas /dificuldades que marcam a trajetória docente e que muitas vezes convida tantos professores a desistirem do magistério. Dificuldades estas evidenciadas muitas vezes por atitudes de descaso, pelo desrespeito e pelo descompromisso dos nossos governantes. Dilemas tais que nos sugerem interrogações como as que se seguem..então começo a me perguntar: Por que ainda estou no magistério? Como me construo professora?
Talvez não consiga responder, mas posso tentar anunciar alguns caminhos por onde tenho passado, pois muito aprendi não só com meus colegas no cotidiano do fazer docente, mas também na sala de aula com meus alunos, com meus pais, com os professores dos cursos que tenho feito, com às histórias de cada um. É muito bom relembrar essas histórias e nelas ver a minha história, é muito bom exercitar este diálogo cheio de experiências passadas, mas refletidas no presente como se estivessem ressignificando-o. Percebo também que aprendi algo que outrora apenas cantarolava, mas que agora compreendo e sinto como no canto do poeta Gonzaguinha... Toda pessoa é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas...
“Não me fiz professora, me construo professora, quotidianamente, em diferentes instâncias nas quais tenho interagido, nas diferentes interlocuções, nas múltiplas teias de relações que tenho tecido, no rico espaço da Universidade Pública, no” Grupo de Pesquisa Formação de Professores" do qual faço parte, comprometido em buscar compreender em outros campos do conhecimento os processos de formação de professores, as múltiplas vozes do quotidiano da escola pública, professores que com suas histórias trazem a sabedoria para enriquecer a Academia... Enfim na vida. Pois assim como Nóvoa, acredito não ser possível separar o professor da pessoa do professor.
...Hoje sou professora. E apesar de tantas pessoas terem marcado minha trajetória profissional, terem participado da construção, sempre provisória, de minha identidade docente, ainda há muito a construir, ainda há muito a aprender, há muita história para ser ouvida e para ser contada e é nesse princípio humanizante como defende MORIN ( 1996) que acredito, para tecermos novas teias de relações que possibilitem a construção de identidades, que ,na diversidade possam manter a unidade.
...Hoje sou professora e me orgulho de ter encontrado em minha caminhada, pessoas de coragem no magistério, que como a minha professora preferida (apontada no texto anterior) acreditam na utopia e lutam para que aconteça. Utopia que segundo Terezinha Rios (1999) se traduz em uma forma de conjugar o verbo esperançar no qual a esperança se apresenta como movimento. Ela é alimentada, sustentada exatamente pela a ação do homem, que explora as potencialidades do presente, começando a criar aí o futuro.


Maria Marina Dias Cavalcante

Um comentário:

  1. um excelente relato .
    gostaria de saber se pode ser usado como sitação na entrevista ?

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