Neste
texto continuo o diálogo comigo mesma. Desta vez a presente temática me remete
a fazer uma reflexão acerca dos dilemas /dificuldades que marcam a trajetória
docente e que muitas vezes convida tantos professores a desistirem do magistério.
Dificuldades estas evidenciadas muitas vezes por atitudes de descaso, pelo
desrespeito e pelo descompromisso dos nossos governantes. Dilemas tais que nos
sugerem interrogações como as que se seguem..então começo a me perguntar: Por
que ainda estou no magistério? Como me construo professora?
Talvez não
consiga responder, mas posso tentar anunciar alguns caminhos por onde tenho
passado, pois muito aprendi não só com meus colegas no cotidiano do fazer
docente, mas também na sala de aula com meus alunos, com meus pais, com os
professores dos cursos que tenho feito, com às histórias de cada um. É muito
bom relembrar essas histórias e nelas ver a minha história, é muito bom
exercitar este diálogo cheio de experiências passadas, mas refletidas no
presente como se estivessem ressignificando-o. Percebo também que aprendi algo
que outrora apenas cantarolava, mas que agora compreendo e sinto como no canto
do poeta Gonzaguinha... Toda pessoa é as marcas das lições diárias de outras
tantas pessoas...
“Não me fiz
professora, me construo professora, quotidianamente, em diferentes instâncias
nas quais tenho interagido, nas diferentes interlocuções, nas múltiplas teias
de relações que tenho tecido, no rico espaço da Universidade Pública, no” Grupo
de Pesquisa Formação de Professores" do qual faço parte, comprometido em
buscar compreender em outros campos do conhecimento os processos de formação de
professores, as múltiplas vozes do quotidiano da escola pública, professores
que com suas histórias trazem a sabedoria para enriquecer a Academia... Enfim
na vida. Pois assim como Nóvoa, acredito não ser possível separar o professor
da pessoa do professor.
...Hoje sou
professora. E apesar de tantas pessoas terem marcado minha trajetória
profissional, terem participado da construção, sempre provisória, de minha
identidade docente, ainda há muito a construir, ainda há muito a aprender, há
muita história para ser ouvida e para ser contada e é nesse princípio
humanizante como defende MORIN ( 1996) que acredito, para tecermos novas teias
de relações que possibilitem a construção de identidades, que ,na diversidade
possam manter a unidade.
...Hoje sou
professora e me orgulho de ter encontrado em minha caminhada, pessoas de
coragem no magistério, que como a minha professora preferida (apontada no texto
anterior) acreditam na utopia e lutam para que aconteça. Utopia que segundo
Terezinha Rios (1999) se traduz em uma forma de conjugar o verbo esperançar no
qual a esperança se apresenta como movimento. Ela é alimentada, sustentada
exatamente pela a ação do homem, que explora as potencialidades do presente,
começando a criar aí o futuro.
Maria Marina Dias Cavalcante
um excelente relato .
ResponderExcluirgostaria de saber se pode ser usado como sitação na entrevista ?