Planejamento:
o que sei e o que gostaria de saber
Iniciamos
este tema com uma importante tarefa: refletir sobre o planejamento e sua
importância para a prática docente, baseada no estudo de concepções e práticas,
que expressam formas de concretização das ações norteadoras das tomadas de
decisões do professor. Vamos nos debruçar sobre teóricos que subsidiam o ato de
planejar, entendendo que não há neutralidade em sua prática cotidiana e que,
por trás de qualquer ação, há um referencial que a fundamenta, mesmo que o
professor não tenha consciência desse fato.
O
conhecimento de bases teóricas e práticas do planejamento podem contribuir para
o desenvolvimento de posturas coerentes, consistentes, indispensáveis ao
processo de ensino e de aprendizagem que almejamos para o nosso aluno. Esses
fundamentos teórico-metodológicos são, portanto, o foco que pretendemos
alcançar com o estudo deste primeiro tema. Ou, em outras palavras:
O que representa para o professor e para o aluno criarem processos de
planejamento, em que os dois, ao mesmo tempo, são sujeito e objeto das
mudanças?
É possível planejar sem ideologias, referenciais teóricos e suas visões
de mundo?
É possível projetar o futuro sem o conhecimento do presente?
Iniciando a conversa
O
ato de planejar remonta à trajetória histórica da humanidade. É uma ação natural
do ser humano visto que, em seu cotidiano, enfrenta situações que os levam a
planejar suas ações diante da natureza e da sociedade. Nem sempre o
planejamento é um ato formal. Ao acordar, começamos a desenvolver atos de
planejamento, na medida em que organizamos as nossas tarefas e compromissos do
dia-a-dia.
Por
ser o planejamento uma atividade intrinsecamente humana, está ligado ao momento
da prévia ideação, quando os
indivíduos pensam previamente formas mais eficazes de executar suas ações, a
partir de suas experiências.
Na
condição de seres humanos, a nossa constituição comporta duas esferas: a
biológica e a social. As funções biológicas se referem à funcionalidade
orgânica das partes de nosso corpo, bem como à capacidade reprodutora e à
atividade cerebral. A dimensão social se fundamenta nas relações sociais,
culturais, espirituais, afetivas, entre os indivíduos e o mundo exterior,
através de um processo histórico, mediado por idéias, visões de mundo,
pensamentos, teorias e experiências.
É
pela capacidade reflexiva que o ser humano desenvolve e aprimora sua
compreensão sobre a realidade. O planejamento funciona nesse processo como
organizador e disciplinador das ações do homem.
As
experiências vivenciadas, resultantes das condições objetivas e subjetivas, ao
passarem por um processo de reflexão, se desconstroem e se reconstroem. Com
isso, a partir do planejamento, estabelecemos as possíveis conexões entre o
pensar e o agir, a teoria e a prática, o conhecimento e a intervenção na
prática social.
A
realidade nos fornece elementos necessários e indispensáveis para pensar uma
ação consequente, que imprima uma atitude transformadora. Porém, somos ciente
do quanto esta apreensão da realidade é difícil em sua totalidade.
O
homem primitivo, mesmo tendo pouco conhecimento da forma como funcionava a
natureza e dos próprios condicionamentos sociais, procurava desenvolver formas
de superação das barreiras naturais e dos obstáculos que se colocavam em sua
existência biológica e social. Nesse estágio inicial, era totalmente
responsável pelo seu pensar e pelo seu agir. Não havia separação entre o
trabalho manual e intelectual. Através do trabalho, o homem procurava modificar
os elementos da natureza, a fim de garantir a sobrevivência e a reprodução
social.
À
medida que o homem vai intervindo no mundo em que vive, e compreendendo-o, as
barreiras naturais são amenizadas e, cada vez mais, a dimensão social (o ser
social) vai se desenvolvendo. Mas isso ocorre em meio a conflitos
determinantes, tendo em vista a existência de desigualdades econômicas,
políticas e sociais.
O
ser social sempre pensa sobre o seu fazer, suas pretensões, sonhos e outras
necessidades e possibilidades criadas na relação com a natureza e com outros
homens. O dia-a-dia do ser humano é um constante aprender, que possibilita
pensar e decidir para alcançar seus objetivos. A ação de planejar faz parte de
nossa existência humana. Pensamos e planejamos para realizar ações.
Historicamente,
a existência de classes sociais distintas na sociedade possibilitou a
constituição de uma camada de pessoas que têm tempo livre para pensar e
produzir conhecimento, enquanto a grande maioria das pessoas é obrigada a
trabalhar para produzir os bens necessários à reprodução e conservação da
sociedade. Isso ocorreu na Grécia e na Roma antiga, no sistema feudal e se
aprofunda no Capitalismo, forma de organização social baseada na exploração dos
trabalhadores pelos proprietários dos meios de produção.
Com
o processo de industrialização, ou seja, a substituição da mão-de-obra
camponesa e artesanal, sistema feudal pelo assalariado sistema capitalista,
ocorre com mais clareza a separação entre o planejar e o executar, na medida em
que os trabalhadores são despojados de seus meios de trabalho, passando a
dispor apenas de sua força de trabalho para garantir a sobrevivência. Por isso,
são obrigados a trabalhar para os capitalistas em troca de um salário,
produzindo riquezas que são apropriadas pelos seus empregadores.
Essa
ruptura entre o pensar e o agir, entre as funções de comando e de execução,
além da profunda especialização do saber, originou a fragmentação do
pensamento, imprimindo à sociedade novas formas de pensar e de agir, implicando
uma clara distinção entre concepção e concretização, abrindo-se, todas as
possibilidades para uma prática de planejamento tecnicista, em que, os técnicos
detêm o poder de decisão e controle, enquanto a execução fica com outros.
Mas
o planejamento tem avançado em vários setores da sociedade, ao longo do
processo histórico. No campo educacional ele vem apresentando diferentes fases,
concepções como formas da escola construir e reconstruir o seu processo de
planejamento. Essas fases, como veremos logo mais, têm o suporte teórico e
direção de cada momento e espaço histórico de sua manifestação no seio da
sociedade. Serão abordadas aquelas que mais têm influenciado nossa prática
educativa, dando-se destaque para o planejamento na perspectiva
crítico-reflexiva e coletiva como opção central do trabalho pedagógico, bem
como para a realidade social em que vivemos.
Mesmo
não tendo surgido propriamente no âmbito educacional, o planejamento é
fundamental para a educação, pois diz respeito à formação humana, ao processo
de elaboração, execução e avaliação das ações educativas.
O ato de planejar é condição básica nas
atividades do educador, que requer assimilação teórica dos conteúdos, reflexão
da própria experiência, análise do diagnóstico da realidade dos sujeitos envolvidos
no processo, e das influências do entorno da instituição escolar.
As
bases históricas, políticas e pedagógicas para uma prática de planejamento
significativa
Já
se faz presente em nossa prática pedagógica à compreensão da importância do
planejamento como um instrumento político-pedagógico que possibilita
intervenções transformadoras na realidade educacional. No entanto, esse
entendimento não é um consenso entre os que fazem a ação educativa,
provavelmente por toda uma longa história que o caracterizou como uma ação
educativa mecânica e burocrática que pouco contribuía para o sucesso da
aprendizagem dos nossos educandos.
Nessa
direção, constata-se, no cotidiano de nossa prática que o processo de
planejamento tem sido objeto de constantes indagações quanto à sua validade
para o trabalho docente, seguindo-se de uma atitude de grande resistência para
participar do momento de pensar, refletir a ação educativa e sistematizá-la em
planos de curso, projetos de trabalho ou planos de aula.
Seria
oportuno questionar porque essa atividade ainda vem sendo cercada de tantas
falhas, incongruências, resistências e algumas vezes relegado ao segundo plano
em nossas escolas. Sabemos, também, por que e como ela constituiu-se no
instrumento capaz de dinamizar e facilitar o trabalho didático em nossos dias.
A
busca de informações para essas inquietações nos levou a caracterização desse
processo em alguns momentos de nossa história política, social, econômica e
educacional, enquanto reflexo do ideário pedagógico subjacente à prática
desenvolvida na escola.
Vamos
fazer esse passeio em nossa memória?
Vimos
anteriormente que a atividade de planejar é tão antiga quanto o homem,
organizando e disciplinando sua ação buscando compreender e transformar a
realidade. No entanto, a sua sistematização como processo que resulta da
ordenação, interpretação e organização de situações específicas, surgiu a
partir da emergência da ciência da Administração, no final do séc. XIX, com as
contribuições de Taylor (1856-1915) e do francês Fayol (1841-1925), teóricos
ligados ao mundo da produção (VASCONCELOS, 2002).
A
educação como prática social no seio da sociedade, não ficou à margem desse
movimento. Ott (1984) aponta três grandes fases e/ou concepções da história do
planejamento: a fase do princípio
prático – de regulação das relações com a natureza e com os próprios homens;
a fase instrumental, normativa – de
construção de grandes quadros de referência com a finalidade de alcançar o
desenvolvimento; e a fase do
planejamento participativo onde consciência, intencionalidade e
participação são os fundamentos mais marcantes.
O planejamento como princípio prático está
relacionado à perspectiva tradicional caracterizando-se por sua finalidade
explicitamente determinista. Era feito sem grandes preocupações formais,
apresentando de modo geral duas categorias de organização: a dos objetivos e
das tarefas. Os objetivos eram gerais, difusos, e quase sempre orientavam pouco
na organização das tarefas. Com isso, entendia-se que o objetivo estava contido
nas tarefas. A preocupação maior do planejamento era com as tarefas, embora,
não se pensasse ainda nos passos ou estratégias da aula. Não se delineava o que
se devia ensinar ou aprender de maneira delimitada. Importava pensar o conjunto
das ações/tarefas. Sua explicitação e escolha eram feitas pelo professor, pois
era unicamente ele quem selecionava e organizava a tarefa. Os alunos eram
completamente excluídos.
Pode-se
até afirmar que esse processo não era bem um planejamento e sim a elaboração de
roteiro a ser rigorosamente desenvolvido em qualquer circunstância orientando o
trabalho do professor. Neste sentido, existia uma estreita relação entre
planejar e fazer acontecer. Os planos de aula eram feitos em fichas ou folhas
de papel pelo professor. Era uma espécie de guias didáticos, sem ele o
desenvolvimento da aula poderia até não acontecer. Anualmente, repetia-se o
mesmo planejamento. As folhas de caderno amarelam com o tempo, pois o
planejamento permanece intacto.
Nessa
perspectiva de planejamento a ação educativa estava voltada para uma
organização curricular centrada em um conjunto de disciplinas compartimentadas
e de caráter livresco, cujos conteúdos eram dissociados da realidade do aluno,
deixando intocado o modelo social vigente. A “grade” curricular era, assim,
inflexível e fechada, consubstanciando um processo de imposição intelectual
gerado pela “autoridade do saber”. O professor era centro dessa abordagem de
ensino, o “provedor” desse saber, e o aluno, “tabula rasa”, um
“consumidor” passivo desses
conhecimentos, apreendidos por mera repetição, de forma superficial. O método
adotado, o da transmissão-assimilação, realçava a repetição, a memória como
fator preponderante à aprendizagem.
Em
meados da década de 30, dentro do contexto da decadência da sociedade
tradicional e ao lado da revolução industrial surge o Movimento da Escola Nova.
O nascimento da grande indústria transformam muitas cidades em grandes centros
urbanos e novas relações sociais se estabelecem, trazendo à tona: o êxodo
rural, um novo papel da mulher na sociedade, o crescimento do trabalho infantil
e a emergência de um novo princípio
educativo, a atividade.
O
impacto desse princípio na prática educativa impulsionou à rejeição a
aprendizagem mecânica e formal e enfatizou o ensino e a aprendizagem voltada
para os interesses e necessidades do aluno, embora, as raízes das desigualdades
sociais permanecem sem discussão ou crítica.
Tem
início uma polêmica discussão em torno do ensino na perspectiva não diretiva,
dando-se destaque para a aprendizagem por meio da atividade pessoal do aluno,
pela observação, reflexão, experimentação e mediante a resolução de problemas.
Com isso, o educando ganha em autonomia intelectual e emocional, revelando nas
situações de ensino-aprendizagem certa dose de iniciativa, curiosidade,
criatividade, comunicação e autoconfiança. O centro dessa abordagem de ensino
passa a ser o aluno, desempenhando papel ativo, participativo, agente da sua
aprendizagem. Ao professor, especialista em relações humanas, cabe o papel de
orientador, facilitador, criador de desafios para estimular a investigação do
aluno (MARTINS, 2006).
Este
movimento faz uma crítica ao plano de aula, previamente estabelecido como um
roteiro a ser seguido. O planejamento passa a ser desenvolvido em torno de
temas amplos, e ao professor cabia ter uma “visão geral” sobre o assunto a ser
trabalhado e os passos a serem seguidos, determinados pelos interesses que
surgissem em sala de aula. Pode-se dizer que havia até uma cooperação dos
alunos no planejar.
Nos
anos 60-70 do séc. XX, a indústria obtém grande expansão sob a liderança dos
Estados Unidos. O modelo taylorista-fordista norte americano, baseado no
controle extremo do tempo e do movimento das atividades dos trabalhadores,
passou a determinar, também, a nova prática educativa, introduzindo a
“pedagogia fabril”.
A
pedagogia da fábrica transferida para a escola, através do tecnicismo
educacional trouxe o planejamento instrumental, normativo, manifestando-se na
prática educativa em seus princípios de racionalidade, eficiência e
produtividade.
A
escola passou a acreditar que com a organização do processo pedagógico, e nele
o planejamento do ensino, solucionaria todos os problemas do
ensino-aprendizagem, integrando o aluno ao meio social e trazendo produtividade
para a educação escolar. Fica evidente, que mais uma vez, a articulação entre
os fatores sociais, políticos, econômicos e o ensino não se concretiza devendo,
este último, apresentar resultados imediatos para o mercado de trabalho.
O planejamento, agora o instrumental,
torna-se uma ação neutra, fundada em aspectos formais e na especificidade de
uma variedade de passos, elaborados a partir de uma listagem de verbos
pré-determinados. Na orientação dessa prática, a escola através dos seus
especialistas (supervisores, coordenadores, orientadores educacionais)
valorizava as atividades que promoviam o parcelamento do trabalho pedagógico.
Os professores eram obrigados a ocupar parte significativa de seu escasso tempo
livre para preencher formulários e mais formulários com objetivos educacionais
gerais, objetivos instrucionais operacionalizados, conteúdos programáticos,
estratégias de ensino, avaliação de acordo com os objetivos, etc.. O aluno
deveria aprender exatamente aquilo que o professor planejara, reforçando a
prática do ensino como mera transmissão, ou, no polo oposto, como instrução programada,
módulos de ensino e o estudo por intermédio de fichas. Alguns professores ou
técnicos se dedicavam exclusivamente a elaborar bons planos e, se sentiam
realizados com isto.
Nessa
abordagem, o centro do ensino-aprendizagem era o planejamento elaborado por um
grupo de especialistas, estabelecendo a cisão entre concepção e execução, quem
planeja e quem executa, entre teoria e prática. O professor passa a ser
controlador, intermediário entre o planejamento e os alunos, um executor de
tarefas. Ele não participa nem da concepção e nem do controle do seu trabalho.
Quanto ao aluno, passa a ser um receptor responsivo, que executa tarefas
prescritas no planejamento (MARTINS, 2006).
No
bojo dessas propostas, em que as palavras de ordem são eficiência, produtividade
e custo emergem as ideias acerca do planejamento estratégico.
Qual
será o fundamento que justifica a introdução do planejamento estratégico na
escola pública? Essa indagação nos remete a um exame criterioso das atuais
tendências do planejamento no interior das instituições públicas, em meio às
mudanças verificadas no seio do Estado, da economia e das políticas públicas,
particularmente na educação.
No
âmbito da escola pública, o planejamento estratégico foi e ainda vem sendo
incorporado como tentativa de justificar a desobrigação da esfera pública com a
educação, transplantando para ali modelos organizacionais postos em prática
pelas empresas capitalistas. O discurso do planejamento estratégico se aproxima
das tendências atuais na área da economia e das políticas públicas, que se
caracterizam pela aplicação, pelos governos, de medidas neoliberais, como
tentativa de minimizar as crises vivenciadas pelo sistema capitalista em todo o
mundo. O neoliberalismo defende, sobretudo, a desobrigação do Estado em relação
às políticas sociais, como educação, saúde, previdência, trabalho etc., visando
ao fortalecimento da iniciativa privada.
Para
obter aceitação frente à sociedade, que tanto resiste à implantação dessas
medidas destrutivas dos serviços essenciais à população, o neoliberalismo,
através de seus interlocutores oficiais, procura mesclar a desobrigação do
Estado com um discurso de participação, eficiência e qualidade total. A
introdução do planejamento estratégico nas escolas públicas, cujas ações são
direcionadas pelos seus gestores, se dá a partir da defesa de “novas” formas de
gestão, mas acaba reproduzindo a lógica e os interesses do mercado. Um exemplo
é a “monumental” propaganda do “amigo da escola” e da prática do voluntariado,
cuja real intenção é manter a situação de descaso com a educação e isentar o
Estado de suas obrigações com a realização de concurso público e respeito aos
direitos sociais.
Na
esfera das escolas públicas, o planejamento estratégico aparece sob a forma de
parcerias, acordos com organismos internacionais, voluntariado e uma série de
outras medidas sob a denominação de metas a alcançar, como missão,
descentralização, participação, autonomia, flexibilidade, em sintonia com as
tendências atuais de desobrigação do Estado com a educação.
Como
nos esclarece VEIGA (2001, p. 48):
Os teóricos do modelo
empresarial afirmam que a qualidade deve estar ligada à missão da escola, e que toda a escola deve ter a missão de fazer
com que o produto educativo dele decorrente tenha qualidade total. E que esta,
para se viabilizar, precisa contar com a participação de todos no
desenvolvimento da ação, lançando mão inclusive do mecanismo de cooptação para
a realização de parceria.
A
autora continua sua análise acrescentando que esta prática de planejamento
privilegia a sofisticação técnica dos instrumentos diversificados utilizados e
construídos pelos órgãos centrais da educação; à separação entre os que pensam
(dirigentes e especialistas) e os que executam (os professores) a ação
educativa; e a manutenção do status quo. Logo, valoriza o burocrático, o
técnico, sem nenhuma reflexão consequente a cerca das possibilidades de
transformar as concepções de sociedade, escola e homem vigentes.
Este
modelo tático inicialmente se relacionou a empresas privadas. Atualmente está
sendo adotado em instituições públicas. As escolas não ficaram fora do
movimento. As particulares adotam e justificam esse modelo, vez que são
verdadeiras empresas educacionais, onde o ensino é tratado como uma mercadoria
a ser vendida por determinada quantia, e os alunos, os clientes. Portanto, é a
expressão máxima da mercantilização do ensino, sendo inteiramente oportuna a
introdução do planejamento estratégico, tendo em vista que responde às
necessidades atuais do capital, na área educacional.
No
final da década de 70, concomitante ao ideário da concepção de planejamento
tecnicista, tem início uma séria de críticas a grande valorização dada à
dimensão técnicas de ensino em detrimento às dimensões política e humana do ato
educativo. Configura-se um importante momento histórico marcado pela abertura
política do regime militar instalado em 1964 e pelo acirramento das lutas de
classe no país.
Desse
modo, ganham corpo nos anos 80, no âmbito educacional, as discussões acerca das
questões educacionais no que diz respeito à forma de ensinar, de planejar, da
interação entre professor e aluno, compromisso político com as “camadas
populares”, transformação social, unidade teoria e prática. Aprender passa a
ser concebido como um ato de conhecer a realidade pelo processo de compreensão,
reflexão, crítica, nela intervindo. O aluno passa a ter direito à voz e a
apropriação do saber científico e universal. O domínio dos conteúdos passa a
ser indissociáveis do contexto social do aluno e o caminho que possibilitará a
grande maioria da população participar efetivamente nas lutas sociais por
melhores condições de vida. Com isso, as preocupações no decorrer do processo
do planejamento deslocam-se fundamentalmente para as formas de apropriação
crítica e ativa dos saberes, as quais deverão ser pautadas no levantamento e
confronto entre a experiência social de alunos e professores e os conhecimentos
a serem trabalhados, na problematização, na análise e na síntese das
aprendizagens realizadas. Este
saber-fazer, antes nas mãos dos “especialistas”, precisa ser exercitado pelo
coletivo da escola, em especial na sala de aula, pelos educadores e educandos,
passando-se a valorizar a construção, a participação, o diálogo, o poder
coletivo local, a formação da consciência.
É neste contexto que o planejamento
participativo escolar é considerado uma ferramenta vitalizante e geradora de
mudanças no processo pedagógico e político do ato de ensinar. Com ele
pretende-se superar os modelos tecnicistas, que isolam as práticas docentes de
um contexto mais amplo, por realçar com maior intensidade a participação
democrática dos sujeitos envolvidos no processo educacional e defesa das
decisões coletivas.
Instiga
a intervenção pedagógica no contexto escolar na perspectiva de transformação,
de questionamento das bases conservadoras do planejamento e na inversão das
relações estabelecidas. Nesse sentido, o planejamento participativo prima pelas
relações horizontais e opõe-se à forma autocrática e dominadora exercida por
modelos conservadores.
Sendo
a democracia participativa uma necessidade histórica, na qual a participação,
seja individual ou coletiva, aponta para uma intervenção ativa no processo de
tomada de decisões, ancoramo-nos nas idéias de Gandin (1988:80), para reforçar
o ideário de democracia participativa.
No interior da
escola, a participação se coloca hoje, e como em mais do que toda sociedade,
desejada, sinal dos tempos. A grande tendência é a democracia representativa em
que o elemento fundamental é o voto: busca-se a democracia participativa em que
o poder esteja realmente distribuído e em que a representatividade nasça dos
grupos e se realize como uma tarefa que qualquer um exercerá dentro do grupo,
na medida em que for necessário.
|
Entretanto,
precisamos ficar atentos aos discursos de participação para não reduzi-lo ao
palavreado vazio sem efetivação nas relações estabelecidas no interior da
escola. Esse discurso pode se tornar muito perigoso, pois pode ser utilizado
com o objetivo de mascarar a realidade, limitando a participação somente ao que
foi expresso em documentos e registros, sem que os sujeitos do processo
educacional tenham reais condições de mudar as coisas.
O
processo de planejamento participativo é definido como uma atividade
caracterizada pela inserção de todos os membros da comunidade escolar, num
processo global, para solução de problemas comuns.
Essa perspectiva de planejamento de
ensino exige uma postura dialógica, e, sobretudo, de consciência crítica da
realidade. E que a ação de planejar implica na necessidade de se priorizar a
busca da unidade entre teoria e prática; partir da realidade concreta e estar
voltado para atingir as finalidades da educação básica definidas no projeto
coletivo da escola, no reconhecimento da dimensão social, política, histórica e
humana do trabalho docente.
Desse modo, ultrapassa o caráter
instrumental meramente técnico, e adquire a condição de conferir materialidade
às ações politicamente definidas pelos sujeitos da escola. É uma ação
comprometida, pensada, intencional.
É
preciso iniciar as pessoas em novas vivências, experiências da vida social, em
metodologias participativas, estimulando relações solidárias, participando
intensamente do planejamento em todos os momentos e aspectos decisórios.
Fica
assim claro que esta abordagem de ensino rompe com o planejamento como
princípio
prático e o
instrumental, normativo das duas concepções anteriores, deslocando-se para a
práxis social, e a questão central está na relação dialética da compreensão-transformação.
Trilhado
o percurso do processo de planejamento no decorrer da história educacional
brasileira, revisitada nossa prática educativa a partir de uma atitude
crítico-reflexiva do nosso jeito de fazer o ato de planejar à luz dessa
caminhada, e sabendo-se que tais práticas podem conviver na mesma realidade, no
mesmo sujeito, poderemos nos questionar: E aí, qual concepção adotar?
PLANEJAMENTO
NORMATIVO
|
PLANEJAMENTO
PARTICIPATIVO
|
ANÁLISE
DAS CARACTERISTICAS
|
|||
PLANEJAMENTO
PRÁTICO
|
PLANEJAMENTO
INSTRUMENTAL
|
||||
NORMATIVO
|
PARTICIPATIVO
|
||||
Início da Indústria Década
de 1950
|
Industrialização –
Déc: 1960 e 1970.
|
Denuncias e anúncios
na prática educativa Década de 1980
|
Fatores
de contexto:
· Mundo dicotômico
|
Fatores de contexto:
·
Processo
interativo
|
|
Planejamento
circunstancial:
·
Objetivos
gerais
·
Tarefas
|
A educação – fator
desenvolvimento Concepção behaviorista
|
Planejamento em
transformação – a aprendizagem se dá na ação
|
|||
Âmbito do professor
e das hierarquias superiores.
|
O planejamento:
organizador do ensino – sucesso do aluno
|
Novas experiências
de ensino - concepções libertadoras e emancipadoras.
|
Pressupostos
· Imutabilidade da
realidade captada pela objetividade e racionalidade.
|
Pressupostos
·
A
realidade é vista como processo dialético.
|
|
Exclusão dos alunos
no processo.
|
Professor - detentor
de conhecimentos e valores
|
Abrem-se espaços
para análise e reflexão na ação educativa.
|
|||
Não se delineava
caminhos - A experiência era o que importava.
|
Orientações
humanistas baseada em colocações behavioristas
|
Professor mediador
da prática educativa
|
Bases
científicas
· Conhecimento é
constatação, é certeza.
·
Ênfase
Conceitual
·
Busca-se
eficiência e eficácia
|
Bases científicas
·
Conhecimento
é construído, trabalha-se com a incerteza
·
Ênfase
Conceitual
·
A
ênfase no desenvolvimento da consciência.
|
|
Experiências de
ensino não diretivo:
·
Definição
de temas gerais.
·
Orientações
dependiam dos interesses do grupo.
|
Objetivos
operacionalizáveis e verificáveis
Conteúdos definidos
em suas relações de:
·
Complexidade
·
Pré-requisitos
·
Dependência
|
O planejamento parte
do caminhar do grupo:
·
Não
há solução antecipada;
·
O
processo é construído;
·
Baseia-se
no saber e experiências do grupo.
|
Quadro: Fases, tipos, concepções de
planejamento.
Não
temos nenhuma dúvida ao afirmamos que a ação educativa está a exigir uma
prática de planejamento na perspectiva participativa, logo, crítica, coletiva,
contextualizada e significativa. Nesse sentido, os tópicos que se seguem, neste
tema, estarão voltados para uma melhor caracterização desse processo.
Conceitos
de planejamento numa perspectiva participativa
Há uma gama de
conceitos sobre o planejamento. Dentre eles destacamos algumas formuladas por
estudiosos da área:
O
planejamento é um processo de conhecimento e análise da realidade escolar em
suas condições concretas de busca de alternativas para a solução de problemas e
de tomada de decisões (LIBÂNEO, 1992).
Planejar
é tentar intervir no vir-a-ser, antever, amarrar ao nosso desejo os
acontecimentos no tempo futuro. Para isto, é preciso conhecer o campo que se
quer intervir, sua estrutura e seu funcionamento. (Vasconcelos 1989).
Planejamento
é uma práxis determinada considerada em suas ligações com o real, na definição
concretizada de seus objetivos, na especificação de suas realizações. É a
intenção de uma transformação do real, guiada por uma representação do sentido
desta transformação, levando em consideração as condições reais e animando uma
atividade (CASTORÍADES, 1995:97).
Planejar
não é um processo estático, mais dinâmico, em que podem ser redefinidos os
objetivos, reorganizados os meios e recursos, modificadas as estratégias de
ação, mas isto só quando são observadas e constatadas certas incongruências na sua estrutura. (Menegolla
2002)
Planejamento
participativo [...] forma de trabalho comunitário que se caracteriza pela integração
de todos os setores da atividade humana, numa ação globalizante, com vista à
solução de problemas comuns. Essa forma de ação implica numa convivência de
pessoas que discutem, decidem, executam e avaliam atividades propostas
coletivamente. A partir dessa convivência, o processo educativo passa a
desenvolver mais facilmente seu papel transformador, pois, à medida que
discutem, as pessoas refletem, questionam, conscientizam-se de problemas
coletivos e decidem-se por se engajar na luta pela melhoria de suas condições
de vida. (LOPES, 1996, p.45)
Como
vemos, o planejamento principia com a explicitação da compreensão da realidade
e da proposição de intenções com relação a ela, efetivada a partir do exercício
coletivo, comungando a multiculturalidade presente na escola e sala de aula, na
busca de propostas aceitas ou admitidas, debatidas e de interferências
transformadoras da realidade. Inicia-se bem antes do encontro com o aluno. É,
como se costuma dizer, arrumar a casa para receber os convidados.
A
análise dos conceitos supracitados nos faz inferir, ainda, que o ato de
planejar é uma atividade processual, dinâmica que contribui para mediar,
pensar, refletir e agir. Projeta,
organiza, contextualiza e sistematiza a prática educativa, interligando teoria
e prática. É uma atividade viva, contínua, estando permanentemente marcado pela
avaliação e reflexão, de modo a revisar o que fazemos e o que precisamos fazer
para atingir os objetivos propostos. Por tudo isso é um ato decisório,
portanto, político, pois exige escolhas teóricas e metodológicas (FARIAS,
2008).
Planejar
nessas dimensões é acreditar em reais possibilidades de construção de uma
prática participativa consequente, superando a mera formalidade de realizar o
planejamento em atendimento às exigências da escola. Também não podemos, em
nenhuma hipótese, cair no reducionismo de restringir o ato de planejar a
simples elaboração de planos de trabalho ou projetos.
Muitas
vezes ele vem carregado de angústias, dúvidas, ousadias e inquietações. Mesmo
assim, é um processo indispensável à construção do conhecimento e tem por
finalidade principal facilitar e orientar o trabalho dos profissionais da
escola e, em especial, do professor em sala de aula, cuja gestão é recheada de
imprevistos e de situações complexas que se apresentam permanentemente. Por isso, planejar e agir podem extrapolar as
previsões feitas pelo professor, numa demonstração de que o planejamento não é
rígido, individual e imutável, mas flexível, coletivo e dinâmico, devendo ser
revisto a qualquer momento do processo educativo. O professor tem a
responsabilidade de coordenar o desenvolvimento de seu trabalho e necessita
compreender com clareza cada um de seus momentos (diagnosticar, planejar,
executar, avaliar e replanejar), para exercer seu oficio de forma competente,
sem separá-las, como propõe a concepção instrumental/normativa.
As
formulações dos estudiosos citados nos advertem para a importância do
planejamento na nossa prática docente, a qual podemos explicitá-la melhor a
partir do questionamento: planejar para
quê?
Prever
ações
|
Assegurar
organização na sala de aula
|
Evitar
rotina e improvisação inconsequente no fazer da sala de aula
|
Vincular
os conteúdos com a realidade do aluno
|
Garantir
ao docente mais segurança em sua prática .
|
O
professor, ao educar, reflete sobre seu caminhar. Entretanto, é necessário
superar a prática fragmentária do planejamento, na qual se separa o ato de
planejar do fazer e da avaliar.
Momentos do planejamento de ensino numa perspectiva
participativa
Diferentemente
de uma visão fragmentada de planejamento, os momentos diagnosticar, planejar,
executar, avaliar e (re)planejar fazem parte de um processo dinâmico e
contínuo, em que cada um deles descritos é analisados pelo mesmo movimento
dialético que constitui o seu processo.
Esse
processo revela que planejar, executar e avaliar estão intrinsecamente
relacionados, contribuindo, portanto, para reduzir a distância entre o pensado
e o realizado. Nessa perspectiva, podemos afirmar que o planejamento comporta o
diagnosticar, o executar, o avaliar e o (re)planejar, ou seja, cada ação
proposta deve estar sujeita aos cinco momentos do processo, na busca de sempre
adequá-lo às necessidades educacionais, aos interesses e às motivações dos seus
usuários.
A
ação educativa se configura, assim, como uma experiência processual, aberta e
criadora, carregando também um quantum de imprevisibilidade, que precisa ser
gestada pelo docente no contexto escolar e em sala de aula.
A
análise do projeto político-pedagógico fruto da organização coletiva do
trabalho escolar, a reflexão acerca de planos anteriores, avaliando os
possíveis acertos e erros do trabalho desenvolvido, o estudo de alguns livros
didáticos e o levantamento do conhecimento dos educandos com quem vamos
trabalhar são ações característica do diagnóstico da realidade sobre a qual
iremos intervir que se colocam contrárias à ideia de um planejamento rígido,
imutável e usado como camisa de força na ação docente, engessando a realidade e
que, por sua vez, reforçam a ideia de dinamicidade e de movimento constante na
prática do planejamento.
A
prática pedagógica e dentro dela o ato de planejar é uma teia de relações
sociais em que os sujeitos interagem no processo de aprendizagem, sinalizados
por momentos inusitados que fogem muitas das vezes das intenções inicialmente
pensadas para o momento do planejamento, fundamentando-se assim a necessidade
do diagnostico.
Com
base nos dados levantados no diagnóstico vamos para o planejamento, momento
propriamente dito da explicitação de sua estruturação nos elementos
constitutivos do processo de ensino: os objetivos educacionais que pretendemos
alcançar; os conteúdos de ensino a serem trabalhados; a metodologia a ser
vivenciada; os recursos de ensino necessários às ações definidas; e a avaliação
da aprendizagem pensada.
E
o professor em sua função de mediar às ações organizadas para serem agora
executadas, esta sujeito a enfrentar situações inusitadas no âmbito de sua sala
de aula, espaço por excelência de sua prática pedagógica. Nesse contexto,
então, o professor precisa exercer sua criatividade e outras habilidades para
conduzir o processo de ensino-aprendizagem com flexibilidade e em consonância
com as reais situações instituídas pelo ambiente escolar.
Após
a execução chegamos ao momento da avaliação do planejado, enquanto uma retomada
do planejamento em seu todo, uma vez que o processo de avaliação vem
perpassando o ato de planejar desde o diagnóstico, passando pela execução, por
ocasião do enfrentamento das situações não previstas, culminando com este
instante de análise das condições de seu desenvolvimento, dos resultados da
aprendizagem dos alunos e do desempenho do professor. Ações que nos remeterão
ao replanejamento, momento de reflexão da prática educativa desenvolvida, para
refazer as experiências passadas à luz das novas teorias e ideias do presente.
Não
podemos cair no modismo de incorporar tendências, teorias que não conhecemos
com profundidade em nossa prática pedagógica, só para satisfazer o ego de quem
às elaboram ou de quem as adota como modelo.
Refletir
sobre a ação planejada é rever o momento de aproximação ou distanciamento entre
as intenções e as realizações presentes na seara do agir pedagógico no contexto
da sala de aula. A reflexão na e sobre a ação se constitui um momento de
autocrítica, permitindo ao professor desfazer, refazer e ampliar sua
possibilidade de realização, desenvolvendo o movimento dialético na ação
pedagógica.
Não
é demais recomendar que a cada momento do processo de ensino-aprendizagem
convém que o professor realize registros sobre novos conhecimentos e novas
experiências, no plano de ensino. Deve também criar e recriar sua prática
didática, mediada pela consciência crítico-reflexiva. Isso enriquece seu agir
profissional e faz adquirir maior segurança em sua atuação docente.
Essas
práticas estimulam o exercício da reflexão, para o professor reorganizar as
atividades de sala de aula.
Toda
ação ocorrida no contexto da sala de aula vincula-se à totalidade das relações
sociais em que a prática pedagógica se insere. Portanto, o planejamento é um
ato político que provoca atitudes pedagógicas, técnicas, políticas e humanas. É
a objetivação do agir do professor, baseado em suas concepções sobre educação,
aprendizagem, planejamento e tudo que envolve o processo de gestão de aula. É
necessário avaliar, repensar a prática pedagógica, possibilitando assim uma
tomada de consciência entre o que se pensa, que pode estar circunscrito no
planejamento ou não, e o que se faz.
Fica,
assim claro, que na ação de planejar o professor deve compreender a realidade
como algo em constante movimento, não podendo o seu planejamento se impor
diante do dinamismo da mesma, sob pena de engessar a história que se desenrola
no interior das salas de aulas, fundada nas relações sociais e no processo de
interação entre seus sujeitos.
Desse
modo, um olhar, um pensar e um fazer diferentes na ação de planejar devem
apontar para uma organização do trabalho educativo que comporte novas práticas
político-pedagógicas com a intervenção crítica do sujeito na realidade,
dotando-o de uma formação sólida, crítica, produtora de saberes e habilidades.
É
nesse sentido que julgamos oportuno refletir as sábias palavras de Martin
Luther King:
É melhor tentar e
falhar
Do que se preocupar e
ver a vida passar
É melhor tentar,
ainda que em vão,
Do que sentar-se
fazendo nada até o final
Eu prefiro na chuva
caminhar
E em dias tristes em
casa me esconder
Prefiro ser feliz, embora
louco,
Que em conformidade
viver
É,
professor, esses versos nos convidam a ousar, fazer diferente, não ter medo de
ariscar. Você, com certeza, concordam
com a visão do autor, um exemplo vivo dessa ousadia, que não se conformou com o
determinismo histórico, pelo contrário, não só fez, mas marcou a História.
O
professor, como protagonista deste ato, necessita ter em mente os saberes
necessários para alicerçar sua prática docente. É, portanto, indispensável ao
professor ter clareza dos conteúdos, objetivos, fins, valores, procedimentos metodológicos
e avaliativos, fundamentos históricos, filosóficos, psicológicos e sociológicos
da prática educativa que vai desenvolver junto aos seus alunos. Além desses
elementos essenciais do ato do planejar, o professor deve se apropriar do
projeto político-pedagógico da instituição escolar em que trabalha tendo em
vista a apreensão do concreto. Daí a importância de iniciar o período letivo
com um diagnóstico, momento por excelência em que professor e alunos se
debruçam sobre a real situação em relação a tudo que envolve o processo de
aprendizagem, para sobre esse diagnóstico assentar os elementos do planejamento
anteriormente explicitados e só então estabelecer os acordos de convivência
grupal, feitos no primeiro encontro entre o docente e os discentes.
Neste
sentido, é recomendável refletir sobre o pensamento do grande mestre Paulo
Freire:
“O educador é como um maestro que rege uma
orquestra. Da coordenação sintonizada com cada diferente instrumento, ele rege
a música de todos. O maestro sabe e conhece o conteúdo das partituras de cada
instrumento, e o que cada um pode oferecer. A sintonia do maestro com cada um e
com todos é o que possibilita a execução da peça pedagógica. Essa é a arte de
reger as diferenças, socializando os saberes individuais na construção do
conhecimento generalizável e para a construção do processo democrático”.
O
planejamento, como vimos, é uma ação presente na vida do ser humano e também um
instrumento importante para o professor, por lhe oferecer pistas para melhor
organizar a gestão de sala de aula. Vale a pena enfrentar o desafio da sala de
aula com um bom planejamento.
O
que isso significa?
Todo
planejamento, quando bem estruturado além de primar pela participação dos
sujeitos envolvidos, no sentido de potencializar o processo dialógico,
problematizador, através de opiniões e representações acerca da temática em
foco, deve também apresentar algumas características fundamentais para que
tenha força material para sua objetivação no contexto.
Características desejáveis para um bom planejamento
Coerência
|
Criatividade
|
Flexibilidade
|
Característicasdo
Planejamento
|
Exequibilidade
|
Participação
|
Objetividade
|
1. Objetividade – O planejamento deve ser sucinto, claro e
compreensível. Apresentar as pretensões com poucas palavras e com palavras
adequadas.
2. Criatividade – habilidade indispensável na ação de
planejar, pois realça o potencial dos seus planejadores, professores e alunos,
dinamizarem a realidade em que a prática docente se fará presente.
3. Coerência – A expressão formal do planejamento
participativo precisa revelar uma relação de cooperação mútua entre os
elementos constitutivos do plano: objetivos, conteúdos, metodologia, recursos,
tempo e avaliação. É imprescindível a unidade entre esses elementos. Podemos
afirmar a importância das atividades selecionadas em função dos objetivos,
conteúdos e recursos, destes com o tempo suficiente à concretização do previsto
e sua avaliação, e ainda com a finalidade de reorganizar a prática pedagógica
reflexiva.
4. Flexibilidade – A função do
planejamento participativo é a orientação do trabalho a ser realizado. Porém o
seu desenvolvimento deve comportar flexibilidade e possíveis intervenções que o
professor e os alunos necessitem realizar a partir das circunstâncias fora do
previsto, que se lhes apresentem, contemplando sempre, em primeiro lugar, a
realidade dos alunos.
5. Participação – Uma
característica importante para assegurar a efetivação do planejamento
participativo é superar a dicotomia entre quem pensa e quem faz. A participação
de todos com seus saberes, experiências, propostas, com sua consciência
crítica, com sua adesão e ação é indispensável e facilita o compromisso e a
responsabilidade da construção de um processo que se pretende proveitoso para
todos e transformador da realidade.
6. Exequibilidade – Um planejamento
fácil de ser cumprido. Um plano exequível é aquele que é possível de ser
realizado, por ser, adequado à realidade da escola, dos professores, dos
alunos, compatível com as condições e materiais didáticos.
A construção do trabalho coletivo na ação de
planejar
O
trabalho coletivo na perspectiva do planejamento participativo, à primeira
vista comporta inúmeras compreensões como: planejar atividades em conjunto;
trabalhar diversas disciplinas em um dado projeto de trabalho. Nossas ideias
vão se ampliando a partir de estudos realizados e de atividades assumidas no
contexto em que estamos inseridos. O trabalho coletivo considera uma
multiplicidade de relações tecidas pelos que fazem a escola – diretores,
coordenadores, professores, funcionários, alunos, conselho escolar,
representantes da comunidade - e pelas determinações, cujo alcance vão para
além de seus muros, vinculadas ao seu papel social, como por exemplo: assegurar
o acesso, permanência e progressão do aluno na escola, e a melhoria da
qualidade do ensino.
Como
vemos, esse trabalho supõe mais que a existência de profissionais fazendo suas
atividades lado a lado. Exige a interação, o compartilhar, o respeito, a
habilidade de lidar com o outro em suas múltiplas dimensões, enfim, pressupõe a
definição, por esses educadores de pontos de partida e de chegada, comuns no
fazer escolar.
Desta
forma, construir um trabalho coletivo coerente, articulado na escola é tarefa
ousada, que implica persistência, empenho e crença naquilo que se quer
realizar.
Daí,
falar-se em construção do trabalho coletivo, porque não se trata de algo dado,
mas conquistado a médio e a longo prazos, com a disponibilidade de cada uma das
pessoas envolvidas no cotidiano escolar.
Não
é difícil inferirmos, a partir dos estudos empreendidos até aqui, que essa
conquista é resultado de um processo de planejamento mais amplo, cujo fruto é a
elaboração da Proposta Política Pedagógica da Escola.
É
o coletivo que opera a mudança e implementa as diretrizes educacionais. O
planejamento em educação faz sentido quando elaborado com a participação de
todos, coletivamente, em meio ao contexto social em que ele se encontra
inserido, constituindo-se o instrumento privilegiado da sistematização das
ações a serem realizadas na ação educativa.
O
coletivo da escola, nesses momentos, lida com vários desafios fundamentais, na
medida em que discute, reflete, debate sobre alguns dos elementos curriculares
básicos: educador, aluno, escola, materiais didático, condições de trabalho,
sociedade, objetivos, conteúdos, métodos de ensino e avaliação, dentre
outros.
Por ser heterogêneo, o coletivo é passível de
apresentar divergências, conflitos, característica natural de um grupo. Sabemos
que a prática dos, a nossa própria prática, está marcada por elementos das
diferentes tendências da educação. Portanto, não é fácil trabalhar
coletivamente, mas precisamos aprender.
Vejamos
o que o poema abaixo versa sobre a ação coletiva.
Um
galo sozinho não tece uma manhã:
Ele
precisará sempre de outros galos.
De
um que apanhe esse grito com ele
E
o lance a outro; e de outros galos
Que
apanhe um grito que um galo antes
e
o lance a outro; e de outros galos
que
com muitos outros galos se cruzem
os
fios de sol de seus gritos de galo
para
que amanhã desde uma teia tênue,
se
vá tecendo, entre todos os galos.
E
se encorpando em tela, entre todos.
E
se erguendo tenda, onde entre todos,
se
entretendo para todos, no toldo
(a
manhã) que plana livre de armação
A
manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que,
tecido, se eleva por si: luz balão.
Poema de João Cabral de Melo Neto
Pense nesse poema
como um elemento impulsionador na construção de um amanhã diferente, edificado
pelo trabalho coletivo. O planejamento participativo não pode ser utilizado para
mascarar uma realidade ou impor soluções contrárias aos interesses do coletivo.
O planejamento precisa ser elaborado por aqueles que irão de fato
concretizá-lo, para não legitimar a dicotomia entre o pensar e o fazer.
Isso
significa dizer que o planejamento participativo é considerado um instrumento
social, pedagógico e político, recebe influência das determinações sociais,
histórias de vidas dos sujeitos envolvidos e, sobretudo, de sua elaboração
contextual, não sendo, portanto, um elemento inocente, neutro de propostas
desinteressadas.
O planejamento participativo está implicado em
relações de poder, pois transmite visões particulares, interessadas, vinculadas
a formas específicas de organizar e gestar o processo de sala de aula.
Os
problemas emergentes da sociedade penetram no interior da escola, e o professor
deve protagonizar e mediar, também, questões atuais, como a fome, a miséria, a
violência, a desigualdade social e outros problemas.
Grandes
são os desafios impostos à realização do planejamento participativo, que
contemple as várias disciplinas inclusas no mapa curricular, na perspectiva de
totalidade.
Nesse sentido é importante a clareza com
relação a algumas das dificuldades que enfrentamos na realização do trabalho
coletivo na escola:
· A questão do
individualismo, presente não só na escola, mas na sociedade como um todo.
· A formação
fragmentada dos nossos profissionais da educação nos próprios cursos de
educação inicial e continuada.
· Desprendimento de
práticas, valores, crenças e hábitos tidos como verdadeiros, evidentes ou
impossíveis de serem modificadas.
· Confiança que permite
a coragem de expressar os próprios desejos, as próprias dúvidas e os próprios
medos.
· Falta de compromisso,
respeito, espírito de cooperação e ousadia.
· A desarticulação das
orientações e acompanhamento dos órgãos responsáveis pelas diretrizes gerais do
ensino.
· A falta de clareza
dos educadores da situação de sua escola: problemas, causas desses problemas e
contexto no qual se manifestam.
· A pequena carga
horária, em alguns casos, inexistência, de momentos para um trabalho de
articulação dos educadores da escola, com o exercício da troca de experiência.
· A falta de tempo e
espaço para a necessária reflexão e discussão da própria prática.
· A estrutura da
carreira, a jornada de trabalho, a estrutura e gestão escolar.
· A valorização das
tentativas de construção de experiências coletivas.
· A falta de vivência
de uma construção metodológica que propicie a todos a atuação como
protagonista, sujeito ativo no processo de identificação, análise e reflexão
dos problemas e elaboração de propostas para a sua superação.
Considerando
sua prática educativa, que outras dificuldades você enfrenta na concretização
de um planejamento participativo, coletivo?
Embora
não seja fácil, num país em que não se tem clareza política, econômica e,
consequentemente, educacional, esse argumento não deve ser motivo para a escola
deixar de desenvolver um trabalho educativo em que o planejamento, na
perspectiva participativa, é sem dúvida a “pedra de toque”.
A
força motriz do professor reside em seu exemplo, coerência entre suas
concepções e sua prática, desenvolvendo suas habilidades humanas e o
compromisso com o coletivo.
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1- O planejamento retoma a ação histórica da humanidade, e nesse sentido passou por algumas fases distintas. Cite quais foram essas três grandes fases e faça um breve comentário sobre cada uma.
ResponderExcluirA fase do princípio prático; A fase instrumental, normativa; A fase do planejamento participativo.
A fase do princípio prático é a fase da relação da natureza e com os próprios homens, ou seja, o planejamento é manter atividades de sobrevivência e suas tarefas são organizadas no dia-a-dia. E conforme vai descobrindo o novo e novas experiências o seu processo e capacidade de se estabelecer no mundo. E o professor tem a capacidade de elaborar o roteiro de trabalho, sempre mantendo uma estreita relação entre o planejar e fazer acontecer.
A fase do instrumental, normativa. É quando a relação homem e sociedade, ou seja, o interesse na prática educativa é os princípios da racionalidade, eficiência e produtividade. O processo de ensino aprendizagem era só integrar os alunos ao meio social e tinham que ser produtivo e era voltado ao mercado de trabalho. O planejamento e a prática do professor era meramente acolher as ordens dos superiores e tinham o planejamento operalizados, pragmáticos e os alunos deveriam aprender exatamente o que o professor planejava e era o ensino de transmissão.
A fase do planejamento participativo. Segundo o texto, essa fase vai de fronte ao planejamento tecnicista e isso faz com que, o caminho que possibilitará a grande população participar nas lutas sociais por melhores condições de vida. O planejamento deve ser realizado pela comunidade escolar, sociedade, colaboradores. Para que este saber fazer, possa ser trabalhado em sala de aula pelos educadores e educandos, pensando a valorização e construção, participação, o diálogo, o poder coletivo local, a formação de consciência. Essa fase é considerado uma ferramenta vitalizante e geradora de mudanças no processo pedagógico e Político do ato de ensinar. Com a pretensão de superar o modelo tecnicista e que a prática da docência saia do contexto mais amplo e também, que seja com maior intensidade a participação democrática dos sujeitos envolvidos no processo educacional e em defesa das decisões coletivas.
Portanto, as fases de organizações do planejamento do homem em relação a organização social e processos de ensino aprendizagem. São muitos complexos, pois essa leitura do texto mostrou o quanto ainda estamos presos nesses processos de construção para melhorar nossa vida. O planejamento é muito importante para as atividades de todos dêem certo. Mas esse planejamento deve ser realizado democraticamente. Nossa realidade educacional está sendo planejada por uma minoria que quer sobrepor a grande massa populacional. Onde definem o futuro dos professores, das escolas, o que ensinar, que mercado está precisando de mão de obra e impõe para as escola essa responsabilidade de formar seres humanos capacitados para algo específico. As fases deixaram bem claro que por mais que se tente uma mudança, deve ser realizada com muitas lutas. A nossa política e os representantes não nos representam e isso fica bem claro nos desmando na educação. O nosso futuro está comprometido, pois a educação e os processos de ensino aprendizagem deveria ser democrático e não como está sendo praticado hoje. Será se vamos romper essas amarras do nosso processo de ensino aprendizagem? Será que a educação muda o mundo?
Vale lembrar que, em diversas pautas e planejamento estão aquelas que são de extrema relevância para um ótimo andamento e ter bons resultados, a definição é essencial para que tudo siga de maneira adequada do plano de ação entre outros quesitos que são de extrema importância para o bom andamento de um bom planejamento.
ResponderExcluirPara um bom planejamento é preciso já da inicio ao processo antes a partir do instante onde a equipe de profissionais já encontra a necessidade.
O plano de aula funciona basicamente como o sentindo do que se vai levar para a sala, essa parte é integrante de um curso ou de uma serie, por sua vez trás junto a proposta pedagógica da escola ou seja a aula não poderá ser um evento isolado, o projeto materializam-se dia a pós dia em cada nova aula. A sala de aula é um lugar físico onde todos os conteúdos programados serão ensinados a turma, mas não que dizer que a sala precisa ser em quatro paredes, as aulas podem acontecer em qualquer lugar como em lugares internos e externos da escola, o professor pode incluir no seu planejamento atividades a serem feitas em casa no horário oposto a ao que os alunos estudam. Cada aula tem que ser minunciosamente planejada, ministrada e avaliada e revista para ser revisada em um futuro planejamento, porque sem isso o professor poderá chegar ao final de todos os bimestres sem um acompanhamento do seu plano de aula e sem condições de fazer a recuperação dos seus alunos que não tiverem condições de acompanhar o seu programa de aulas.
1- O planejamento retoma a ação histórica da humanidade, e nesse sentido passou por algumas fases distintas. Cite quais foram essas três grandes fases e faça um breve comentário sobre cada uma.
ResponderExcluirA fase do princípio prático se caracteriza em um planejamento voltado para e execução de tarefas, nessa fase o professor era visto como o centro do processo de ensino e o aluno apenas um mero depósito desses conhecimentos, além do mais o planejamento se distanciava da realidade do aluno.
Fase instrumental normativa se deu a partir do tecnicismo educacional, portanto o planejamento era voltado para a execução de resolução de problemas, preparando o indivíduo para o mercado de trabalho e sua inserção no meio social.
Planejamento participativo veio para transformar o planejamento que anteriormente era voltado para o modelo educacional tecnicista, dessa forma o planejamento participativo une todos os campos, desde que comunidade escolar ao aluno, levando também em consideração o meio no qual o aluno está inserido, para que se tenha um planejamento eficaz.
A partir dessas três grandes fases planejamento, podemos perceber que o planejamento era centralizado, ou seja realizado apenas pelo professor com o intuito de executar as tarefas que eram elaboradas pelo mesmo, logo em seguida em um segundo momento o planejamento continua sendo centralizado, só que com objetivo diferente do princípio prático, pois o planejamento se resumia a resolução de problemas para a qualificação do indivíduo para o mercado de trabalho, nessa duas fases o planejamento não era de fato tão eficaz, pois não levava em consideração os demais fatores que tornam o processo de ensino e aprendizagem eficaz, somente com a chegada do planejamento participativo que leva em consideração a comunidade escolar, o aluno, o meio no qual o aluno está inserido e outros fatores, é que o planejamento se torna participativo e eficaz, pois não centraliza o planejamento nas mãos de um único indivíduo.
2. De acordo com o texto “Plano de aula: construção e gestão de conhecimentos”, de Maria de Jesus Oliveira e Maria Marina Dias Cavalcante, é indispensável ter clareza nos conteúdos que serão desenvolvidos em sala. Levando em conta os elementos construtivos do plano de aula e a leitura desse texto, quais os métodos que você utilizaria no seu primeiro dia em sala como professor?
Levando em conta que a metodologia utilizada é o caminho para se chegar a um determinado fim, inicialmente buscaria propôr uma dinâmica a fim de conhecer um pouco dos meus alunos, em seguida utilizaria um vídeo, uma música ou um poema, para a partir dele levantar uma temática e pediria que a partir dos conhecimentos que meus alunos já trazem consigo, com o que viram em sala e a partir dos colegas, se expressarem de alguma forma sobre a temática, seja com música, poema, dramatização, cartazes, uma opinião, a forma a qual se sentirem a vontade.